Será que realmente é necessário suplementar vitaminas quando se tem uma dieta equilibrada?
Vitaminas são compostos ligados a aminas que possuem uma tremenda importância nos processos metabólicos do corpo. Sem as vitaminas, seria impossível realizar processos energéticos, formação protéica (inclusive relacionada ao sistema imune), síntese muscular, crescimento etc. Tanto que hoje, não é a toa ainda relacionarmos as vitaminas com o sistema imunológico, com saúde, bem-estar e, claro, nutrição adequada.
Suplementar com vitaminas é um “hábito” que vem desde alguns bons anos atrás. Inicialmente, a suplementação vitamínica era qualificada para indivíduos (normalmente enfermos) que de alguma forma fossem deficientes na absorção, síntese ou produção de determinada vitamina, causando assim algum tipo de prejuízo em sua saúde e/ou vida, causando problemas como baixo peso, desnutrição, diarréias (e outros problemas gastrointestinais) e muitas outras. Certamente, olhando por este lado, a capacidade de sintetizar e isolar as vitaminas e, muitas vezes complexos vitamínicos com diversas delas foi um avanço na nutrição e na farmácia.
Com mais um pouco de tempo decorrido, percebeu-se que a necessidade nutricional de um atleta, principalmente de alto nível, era superior a de um indivíduo normal. E essas necessidades não eram unicamente energéticas, mas também protéicas e vitamínicas. As razões mais óbvias seriam mesmo relacionadas ao desgaste muito superior que necessitaria de reposição proporcional ao gasto. Esse desgaste ocasionaria também o que chamamos de oxidação, uma reação química inevitável na respiração celular e que é muito mais presente em organismos de alto desgaste. Claro, como sabemos, as vitaminas são grandes responsáveis por combater esses radicais livres causados pela oxidação. Assim, a suplementação vitamínica para atletas tornou-se ainda mais evidente e estudada. Não é a toa olharmos pra trás na linha do tempo e vermos fisiculturistas como Arnold, Franco e outros tomarem seu coquetel de vitaminas e minerais ao acordar. Grande parte daquelas vitaminas envolviam complexo B, ácido ascórbico, tocolferol e sabe-se Deus mais o que…
Com a crescente indústria nutricional e de remédios, aliada a busca pelo bem-estar e pelo conhecimento quantitativo e qualitativo da alimentação contemporânea, de mãos dadas ainda com a população deficiente (normalmente idosos) em aspectos nutricionais, a gama de multivitamínicos ou polivitamínicos, como prefira, hoje se tornou extremamente grande. É muito comum na farmácia e até mesmo em redes de suplementos nutricionais, encontrarmos polivitamínicos das mais diferentes formas: Líquídos, cápsulas, pós… Dos mais diferentes tamanhos e preços também (preços inclusive que chegam a ser um grande marketing e por que não um grande absurdo?). Quem é atleta ou até mesmo praticante intenso de atividade física e nunca usou algum tipo de vitamina comprada em farmácia, que atire a primeira pedra. É praticamente impossível ninguém achar que suas necessidades por esses nutrientes eram lá muito maiores do que a de um indivíduo comum.
A busca por esse tipo de produto se tornou tão intensa que hoje adolescentes deixam de comer alimentos extremamente saudáveis de origem vegetal, para usar cápsulas ou pós. E não é incomum eu discutir sobre o tema com aquele indivíduo que ainda acha o polivitamínico um “benefício para quem não gosta de verdura.” A nutrição cada vez mais tem sido vista dentro de sachês e cápsulas e não em conjunto com o alimento que ainda é a melhor fonte de nutrientes.
Mas aí começa a pergunta: Até que ponto o polivitamínico deve ser usado e até que ponto ele é realmente necessário?
Claro que alguns indivíduos realmente precisam de um aporte maior de vitaminas e, de algumas vitaminas específicas. Mas isso só poderá ser avaliado por um profissional da saúde adequado, pois, serão necessários exames laboratoriais precisos que detectarão as melhores estratégias de consumo de específicos micronutrientes. Além disso, a especificidade da forma química em que este suplemento deverá ser utilizado também é importante.
Lembre-se que vitaminas em excesso, principalmente as lipossolúveis podem facilmente originar problemas como toxicidade, resistência à insulina, hipovitaminose rebote entre outras.
Não consuma vitaminas seguindo a velha frase de “quanto mais, melhor”. Seja esperto e alimente-se de maneira adequada, isso sim fará a diferença!
Bons treinos!